18 de Maio: Luta Antimanicomial e a Importância dos Cuidados em Saúde Mental

Por:
Isabela Arruda Soares – Coordenadora Acadêmica e Psicóloga, FASA
Bruno Aragão Santos – Psicólogo e Coordenador do NED, FASA
Elaine Cristina Sousa Ferraz Prates – Psicopedagoga do Internato e NED, FASA




No dia 18 de maio, celebramos a Luta Antimanicomial, uma data emblemática que representa a defesa dos direitos das pessoas com transtornos mentais e a busca por uma assistência em saúde mental que respeite a dignidade e a autonomia dos indivíduos. Esta luta é a consequência de décadas de ativismo, que culminaram em um movimento social que questiona a lógica dos manicômios e promove uma abordagem mais humana e inclusiva para o tratamento da saúde mental.

Contexto Histórico

O movimento antimanicomial surgiu no Brasil na década de 1970, como resposta às condições desumanas e à exclusão enfrentada por pessoas internadas em instituições psiquiátricas. O principal objetivo desse movimento é a desinstitucionalização e a promoção de um modelo de assistência que priorize o cuidado comunitário e a integração social.

Em 2001, a Lei 10.216 foi sancionada, garantindo direitos aos usuários de saúde mental e promovendo a construção de uma rede de serviços que favoreça o cuidado no território. Essa legislação representa um importante avanço na luta por uma saúde mental mais digna e respeitosa.

A Importância dos Cuidados em Saúde Mental

Os cuidados em saúde mental são fundamentais para o bem-estar de toda a população. No Brasil, os desafios são amplos e complexos. A pandemia de COVID-19, por exemplo, acentuou os problemas relacionados à saúde mental, evidenciando o aumento de casos de ansiedade, depressão e outros transtornos.

Promover uma abordagem que priorize a saúde mental é essencial para:

  • Prevenir o agravamento de transtornos: A identificação precoce e o tratamento adequado podem reduzir a severidade de problemas de saúde mental, evitando internações e crises mais sérias.
  • Integrar a saúde mental à saúde pública: O cuidado em saúde mental deve ser parte integrante da saúde pública, reconhecendo que o bem-estar emocional é crucial para a saúde geral da população.
  • Desestigmatizar: É imprescindível trabalhar na desconstrução de estigmas associados a transtornos mentais. A educação e a conscientização são ferramentas poderosas para promover a aceitação e a inclusão.
  • Promover a autonomia e a cidadania: As pessoas com problemas de saúde mental devem ser vistas como cidadãos plenos, com direitos garantidos e liberdade para participar da sociedade.

Caminhos para o Futuro

A Luta Antimanicomial nos lembra que o cuidado com a saúde mental é um direito de todos. É necessário trabalhar em conjunto — governos, profissionais de saúde, organizações não governamentais e a sociedade civil — para garantir que as pessoas tenham acesso a serviços de qualidade, que respeitem suas individualidades e ofereçam suporte contínuo.

Neste 18 de maio, reiteramos nosso compromisso com a luta por uma saúde mental digna e acessível, reafirmando a importância de cuidarmos uns dos outros e de respeitarmos as necessidades de cada indivíduo. Que possamos avançar na construção de um Brasil onde todos tenham voz e vez na sua trajetória de saúde e bem-estar.

Indicação de Documentário

“Holocausto Brasileiro”
Adaptação do livro homônimo escrito por Daniela Arbex, este é um retrato aprofundado e contundente sobre os eventos que ficaram conhecidos como Holocausto Brasileiro; o grande genocídio cometido contra os pacientes psiquiátricos do hospício de Barbacena, em Minas Gerais.
Título: Holocausto Brasileiro
Direção: Armando Mendz e Daniela Arbex
Estreia: 2016
Duração: 90 minutos
Classificação: 16 anos
Gênero: Documentário
Origem: Brasil

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Referências

  1. Brasil. Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001. Disponível em: www.planalto.gov.br
  2. Ministério da Saúde. Política de Saúde Mental. Disponível em: www.gov.br
  3. HumanizaSUS. A Reforma Psiquiátrica e a Luta Antimanicomial. Disponível em: www.humanizasus.saude.gov.br
  4. Organização Mundial da Saúde (OMS). Saúde Mental: uma oportunidade para a mudança. Disponível em: www.who.int
  5. Santos, E. R. (2020). Transtornos mentais e a pandemia: desafios e perspectivas. Revista Brasileira de Saúde Mental, 12(1), 45-58.